A minha avó.
Delicada, sensível, etérea. De olhar profundo, transparente.
De alma quente, vulcânica, apaixonada. Passo apressado, escorregadio. Real no
porte.
Encantadora. De uma elegância rebelde. Leve, livre, solta.
Mãos pequenas. À procura.
Amor ansioso, sôfrego. Entrega total, exigente e insegura.
Inquieta.
Um mar de sentimentos. Brancos, negros, vermelhos e azuis. O
sussurro da tranquilidade no grito das minhas agitações. O calor do colo. A
suavidade dos beijos. A presença constante, completa.
Um corpo pequeno. Veloz. Uma mente curiosa. Desassossegada.
Os sentidos. Todos. Juntos. Indomáveis. A eterna alegria inocente. O azul pleno
da calma. O perfume dos sentimentos. A força do ser. O desejo do nós. A dúvida.
A certeza. A cumplicidade.
A minha avó é sangue. Do meu. Do nosso. Do que não segue o
curso das promessas. A minha avó é família. É união. Na presença, na ausência,
nas partilhas, nas frustrações. A minha avó é um oceano. De riso, lágrimas e
ternura. A minha avó é um refúgio. Azul. Puro. São. A minha avó é amor. Do que
desafia, do que transforma, do que liberta.
Em Londres, neste Outono antecipado, ela é o que falta. Numa
voz doce, num olhar desejoso e num aconchego apertado, voando entre pingos de
luar, sonhos imateriais e lugares mágicos, num brilho inconfundível, ela é tudo
o que falta aqui.
Essa imagem é tão a avó! Parece que tem um movimento diferente... Mesmo Antonieta Carrilho Vilhena! Sem fim.
ResponderEliminarAchei que o excelente escrito ligava com o desenho....continuo a achar que sim.
ResponderEliminarum beijinho
Acho que cada um à sua maneira personifica a avó. E acho que juntos mais ainda!
ResponderEliminarQue belo texto! E que belo amor de neta.
ResponderEliminarParabéns por ter ambas na sua vida, José – a Mãe e a Filha.
Muito obrigado, Miú. um beijinho
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